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O Fim de um Inconsequente Fantasma

Por João Henrique

Após atravessar a parede do Salão das Tapeçarias, Virgínia e o fantasma começaram a passar por um largo corredor, que se estreitava enquanto viajavam cada vez mais rapidamente. Ao final, estavam em um imenso salão, que continha duas portas.

Uma das portas, à direita, era gélida, enquanto que a porta à esquerda estava em chamas, e labaredas escapavam por cima e por baixo da porta. A porta da direita parecia apresentar algo calmo, enquanto que a da esquerda era batida e atacada constantemente pelo que quer que estivesse lá dentro.

Virgínia logo tentou abrir a porta da direita, mas antes que tocasse na maçaneta o fantasma a alertou, dizendo:
— Não tente abrir. Somente O Onipotente tem poder para abri-las ou fechá-las! Espere, que a porta certa se abrirá num instante.

A porta da esquerda se abriu antes que pudesse concluir sua fala, e Virgínia foi dominada pelo medo.

Virgínia decidiu que ia entrar primeiro, para proteger o fantasma de demônios que quisessem assolar sua alma, mas foi impedida, e só pode se mover após o fantasma entrar pela porta. Virgínia percebeu que não estava andando, mas sim flutuando. Sua alma se recusava a continuar, mas já era tarde demais, era necessário que entrasse com o fantasma pela porta do Inferno para que ele pudesse morrer.

Virgínia flutuava atrás do fantasma, e via muitos demônios que o fitavam, como que querendo se comunicar com ele, mas logo que percebiam a presença de Virgínia desistiam, e, enquanto alguns iam embora, outros ficavam observando-a, pensando em como poderiam corrompê-la.

Antes de entrar em um larguíssimo vale de chamas, chamado Vale da Iniquidade, composto por magma fervente e enxofre, o fantasma parou, e explicou que Virgínia deveria continuar a viagem, e ele deveria segui-la. Virgínia passou o fantasma, e este logo começou a segui-la, a uma certa distância. Enquanto atravessavam o Vale da Iniquidade, Virgínia percebeu que figuras a cercavam, e mais uma vez foi tomada pelo medo, e teve vontade de voltar. Não pôde voltar, e logo percebeu que era o fantasma. Ele havia se dividido em seis figuras que a rodeavam e a miravam, cinco das quais eram semitransparentes, e a sexta, atrás de Virgínia, era a figura verdadeira.

Virgínia começou a passar mais rapidamente pelo Vale da Iniquidade, mesmo não querendo continuar. Vozes começaram a soar nos ouvidos de Virgínia, dizendo coisas horrendas.

Virgínia entrara em pânico, e não conseguia imaginar onde chegariam. O Vale da Iniquidade já começava a ficar para trás, quando um demônio, pequeno e muito ágil, se aproximou de Virgínia e disse, com uma voz medonha:
— Não continue, Virgínia! Vai se arrepender de ter nascido!
E se afastava rapidamente, quando colidiu com um rochedo em chamas, que explodiu e liberou enxofre no ar.

Virgínia já não conseguia mais se conter, e chorava incontrolavelmente. O fantasma e todas as suas figuras então disseram à Virgínia:
— Você precisa limpar sua mente, ou não poderemos chegar a nosso destino. Se isso acontecer, ambos ficaremos presos aqui.

A voz do fantasma parecia repercutir em todo Inferno. Virgínia tentou com todas as forças se controlar, e após muito tempo chegaram a um gigantesco salão, que não apresentava nenhuma das características anteriormente presenciadas.

O salão tinha diversas estátuas, de ouro, de prata, de mármore e muitos outros metais e pedras, que representavam todos os deuses que a humanidade já cultuou.

Virgínia conseguiu pisar no chão do salão, que mesmo a poucos centímetros de distância do solo ardente do Inferno, tinha temperatura boa para andar.

Ao chegar no fim do salão, puderam ver uma criatura gigante, em um terno preto, sentada em um trono de pedra. Tal criatura disse, com voz penetrante:
— Sou o maior dos deuses, o único que deve ser cultuado.
Esse era o Diabo, em sua forma natural. O Onipotente protegera a mente de Virgínia, e portanto ela não acreditou em sua mentira. O Diabo tentou mais uma vez corrompê-la:
— Se prostre diante de mim, o maior dos deuses, ou tenha o fim mais abominável que criatura alguma já presenciou.
Ela permaneceu imóvel em frente a ele.
Virgínia disse, então, ao mestre do Inferno:
— Este que anda atrás de mim é um fantasma. Sabe muito bem porque foi condenado, e qual é o propósito de estarmos aqui. Agora dê um fim digno a sua alma, e deixa-o descansar em paz, até a chegada do fim dos tempos.

Ela não sabia por que estava pronunciando tais ordens. O Diabo encheu-se de temor, e ordenou que o anjo da morte viesse e levasse a alma do fantasma para o quarto de espera.

Um ser grande e todo preto, que pulsava e distorcia o espaço ao seu redor, veio para buscar o fantasma, que estava arrependido de seus atos, mas já era tarde demais. Ao toque do anjo, toda a sua pele, roupas e órgãos queimaram, e ele gritou de dor. O que restava era a alma do fantasma, que estava em chamas e pulsava como o ser que o buscava. Ambos foram em direção à parede, e desapareceram. Virgínia, depois de ver tudo isso, disse:

— Quero ver para onde foi, para ter certeza de que está bem.
Antes que terminasse, ouviu-se a voz do Onipotente que ecoava por todo Inferno:
— Ele está descansando com todas as outras almas que não têm fé. Não se preocupe, já está tudo acabado.

O Diabo entrou em pânico, e começou a mudar de forma. Tornou-se uma criatura horrível e soltava gritos terríveis.

Virgínia foi transportada para a sala inicial, que contava com as duas portas.

Um grupo de anjos apareceu em sua frente, e o principal disse:
— Você foi promovida nos céus, agora tem o dom de discernimento e de expulsar demônios.
Virgínia agradeceu-lhes e perguntou aos anjos:
— Muito obrigado, seres celestiais, mas posso visitar o Paraíso?
Ao que responderam os anjos:
— Ainda não é a hora, Virgínia, mas ainda temos algo para você.

Um pequeno cofre apareceu na frente de Virgínia, em um pedestal de ouro. Um dos anjos disse:
— Quase todos os bens de Simon estão sendo guardados para serem usados como reparação por seus atos, com exceção deste, que agora é seu. O fantasma se arrependeu dos pecados que cometeu, mas já era tarde, e além de tudo não tinha fé, e por isso descansará até o fim dos tempos, quando então será julgado.
Virgínia estava impressionada com o que aconteceu e triste pelo fantasma. Entendia, porém, o significado de tudo aquilo. Ela pegou o cofre, e antes que pudesse abri-lo para checar o seu conteúdo, ouviu um estrondo e foi levada para o alto da escadaria de seu castelo.

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